quinta-feira, 14 de maio de 2015

OS VINGADORES - A ERA DE ULTRON resenha (super atrasada)


por Renato Rodrigues
Analisar um filme dos Vingadores é um tanto singular. Essa franquia é algo totalmente NOVO. Nunca houve um plano a longo prazo de mídia como esse que a Marvel tem feito, unindo vários filmes no cinema (e até séries de TV) mostrando que todos os personagens ali pertencem a um mesmo universo, que coexistem e que as ações de uns podem influenciar a vida de todos. E se isso NUNCA foi feito no cinema, como aplicar as mesmas regras de outros filmes para ele? Não sei se tem como, logo tentarei me adaptar e seguir em frente.
Vingadores II traz o grupo reunido novamente para dar um pau na Hidra e que, no processo, acabam levando componentes para Tony Stark realizar o projeto de Inteligência Artificial que desencadeia no nascimento de um novo inimigo: Ultron (na brilhante interpretação de James Spader).
Cada dia fico mais fã do diretor Joss Whedon que me ensinou a importância de trabalhar os personagens. É incrível o malabarismo que ele consegue fazer na tela para manter tantas pessoas (Incluindo deuses, monstros e androides) explodindo coisas, pulando de prédios, jogando carros e mesmo assim elas parecerem PESSOAS. Pessoas como nós que numa festa conseguem sacanear uns aos outros e na hora do aperto se ajudam sem pensar duas vezes. Isso te mantém conectado com a trama, temeroso pela vida deles, com pesar quando fracassam e torcendo para que triunfem pois, se eles são pessoas como nós, a vitória deles é também a nossa vitória.

O perigo de estabelecer uma cronologia na telona é o mesmo das histórias em quadrinhos, o de confundir a cabeça do espectador com tantas informações. Felizmente a trama ficou redonda, quem não viu os filmes solos ainda assim é capaz de entender o que acontece ali, quem é bom-bom e quem é mau-mau e para onde os heróis devem ir. Como disse o Capitão América: "Se te ferirem, bata de volta e se morrer... siga em frente assim mesmo!"

Sempre vai ficar um gostinho de quero mais: de saber sobre as origens da Viúva Negra (que já merece um filme solo faz tempo), de saber onde o Thor pendura a capa quando não está ali em ação ou como eles pagam suas contas já que a SHIELD faliu (Culpa do PT) e não deve pagar salário pra ninguém. Mas ver eles em ação é a realização do sonho de todo leitor que já abriu uma HQ na vida e viu todos aqueles heróis lutando juntos contra um vilão clássico, protegendo os civis no meio de uma porradaria sem fim (Vai se ferrar "Homem de Aço" do Zack Snyder) e discutindo pontos de vista distintos sem perder o foco na missão.



ACERTOS: A interação dos personagem, agora que já se conhecem, é um grande acerto, eles continuam sendo quem são, mas evoluíram, estão mais experientes. Não considero uma "fórmula fácil", como muitos falam, a combinação "humor + ação desenfreada" que a Marvel imprime em seus filmes. Acho que é mais um estilo, um meio de se comunicar com o público em geral que não lê as HQs e não faz ideia de quem são aqueles caras coloridos ali na tela além do Homem de Ferro, Thor e Capitão América. O humor os torna mais próximos e a leveza do filme mais agradável para todos. Se isso é um pecado, então Joss Whedon é um pecador desde os tempos de Buffy onde já fazia isso. 


FUROS? Tem, mas ficam mascarados pela adrenalina, eu tive dificuldade de achá-los. Não temos na trama pontos de virada extremos e talvez esse seja o único elemento faltante. Aquele hora que você diz "WTF??? Então ele não é ele???"

Outro ponto falho (talvez pelo excesso de pratos girando) foi a solução literalmente mágica de trazer o Visão à vida com um raio do Thor que poderia ter sido melhor desenvolvida. Tem uma lenda de cenas cortadas, que o Loki ia aparecer nas ilusões mas achei sábio ele não estar ali (já tinha elementos demais na trama e o Tom Hiddleston virou uma muleta dentro da fraca franquia do Thor difícil de se ignorar). 

Os poderes da Feiticeira Escarlate não são lá muito definidos. Uma hora ela controla mentes, outra joga raios que destroem os robozinhos... no fim prevaleceu a descrição da moça da SHIELD sobre os supergêmeos: "Um tem supervelocidade e a outra é esquista". Ponto.

A morte do Mercúrio foi meio gratuita, mas pelos menos foi heroica e redentora. E sendo no finalzinho, não repetiu o efeito agente Coulson do primeiro filme (Aquele lance de um deles morrer para que os demais se unissem para vingá-lo). Gozado é que parece que a Marvel pegou o brinquedo da FOX (já que o corredor pertence a franquia dos X-men também) só pra quebrar no final, kkk. Mercúrio fará falta no futuro filme dos Vingadores, mas acho que eles estão tentando enxugar o elenco um pouco. (E a DC agradece pois terá menos concorrência para o Flash na telona).

Ah, outra morte de graça foi a do Barão Strucker que podia dar trabalho no seriado da SHIELD e acabou sendo um figurante de luxo na trama.




Um momento que vale destacar é a cena (quase no final) em que todos estão defendendo lá uma engenhoca do Ultron, lutando lado a lado contra os robôs enquanto a câmera voa a sua volta. Era como ver em 3D uma cena desenhada pelo George Perez e arte finalizada pelo Alex Ross. Deu vontade de lutar ali junto com eles, e esse é o sentimento que o filme me passa, aquele mesmo que o das Histórias em Quadrinhos onde somos observadores dos heróis e por vezes cúmplices nas suas batalhas contra o mal. E esse é um sentimento bom. AVANTE MARVEL!

E bem vindo Homem-Aranha

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